quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Alimentação


Para alimentar o corpo e a alma!
Alimentação rima com...


           A nossa preocupação com a qualidade da alimentação das nossas crianças não é algo recente, ao contrário: de maneira diária, ano após ano, as incentivamos a ter hábitos alimentares saudáveis, procurando demonstrar a importância de cada grupo alimentar. Algumas crianças resistem à experimentação de alguns alimentos, outros provam e fazem careta, alguns apreciam os novos sabores... Diante disso, pensamos em desenvolver um projeto de alimentação que pudesse unir informações e ludicidade, nutrindo corpos e almas ao combinar comida, brincadeira, histórias e poesias:



Iniciamos o nosso projeto com a leitura de muitas histórias, como “Um bifinho ou um salaminho?”, “João e o pé de feijão”, “Panela de arroz” e “Pão quente e cenouras frescas”. Por meio da leitura do livro “Panela de arroz” nos aventuramos com as brincadeiras de adivinhações e com as parlendas. “Um, dois, feijão com arroz” se transformou na parlenda preferida da maioria:


 






Em seguida as crianças se encantaram com a história do João e do seu pé de feijão e plantaram os seus próprios feijões mágicos, nos levando a (re)descobrir que mexer com terra pode ser muito divertido!








Mas os nossos pequenos agricultores não pararam por aí, logo plantaram também as sementes de almeirão, de abóbora e repolho de quintal.




Após tantas semeaduras, passamos ao livro “Pão quente e cenouras frescas” e foi grande o interesse das crianças pela história, até porque uma das crianças da turma, nossa amiga Rayka, nos contou que havia ganhado um coelhinho, o que fez com que o animalzinho da história ganhasse muita popularidade entre a turma. Logo estávamos experimentando cenouras, o alimento preferido dessa personagem:




 

A combinação coelhinho da Rayka mais a experimentação das cenouras provocou um acontecimento novo: a maioria das crianças passou a comer cenouras quando oferecidas no cardápio da creche. Agora todos sabem que a cenoura faz muito bem para os cabelos, para os olhos e para a pele... E, além de saudáveis, todos querem ficar bem bonitos! Tamanho sucesso fez a cenoura que resolvemos fazer carimbos com elas:

 
                                                                   

Conhecemos, depois, a poesia “As compras”, de Maria de Lourdes Figueiredo.

Mãezinha nos chamou
Outro dia bem cedinho:
- meus filhinhos, querem ir,
Pra mim, ao mercadinho?
Saímos, então, ligeiros,
Uma cesta a carregar,
Compramos mangas e limas,
Voltamos sem demorar.

Em seguida, com encartes de mercados nas mãos, cada criança selecionou os alimentos que gostaria de comprar para, em pequenos grupos, cortá-los e colá-los em seus carrinhos de compras:


 

Continuamos brincando de compras, mas agora com frutinhas de plástico da nossa vendinha. Com esse brinquedo, fizemos também alguns jogos de adivinhações e as crianças mostraram que estão conhecendo bem as características das frutas. Com máscaras, brincamos ainda de teatro e... quanta criatividade! Algumas crianças inventaram as danças das frutas...

 


 


Após tantas brincadeiras faltava apenas brincarmos de experimentar as frutas e foi o que fizemos. Lavamos, observamos, cheiramos e provamos todas elas em uma gostosa salada de frutas:

 



Foi então que conhecemos o poema “O meu pomar”, de Cecília Meireles. Fizemos o nosso próprio pomar, usando muita tinta e a silhueta das frutas que mais gostamos e que melhor conhecemos:


O meu pomar  
                                                 
Se eu tivesse um pomar, um pequeno pomar que fosse,
não lhe poria grades à roda, como os outros proprietários.
Não poria, a guardá-lo, um desses cães enormes,
rancorosos, que andam sempre rondando os pomares ...
O meu pomar seria assim: toda aberto, para todos.  E, quando o outono chegasse e
as árvores ficassem cheias de frutos amarelos e vermelhos, nenhum pobrezinho teria
fome, nenhuma criança choraria de sede, passando pelo meu pomar ...
E, no inverno, ainda haveria lá onde alguém se abrigasse, quando chovesse muito ou
fizesse muito frio ...
Se eu tivesse um pomar, ele estaria sempre em festa, cheio de borboletas e de
pássaros ...
Como eu seria feliz, se tivesse um pomar !



Ainda com Cecília Meireles, mas agora conhecendo o poema “A chácara do Chico Bolacha”, provamos algumas verduras e muitos legumes. Experimentar a beterraba, que deixa a língua rosa, foi o mais bacana!
                       


Na chácara do Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha!

Quando chove muito,
o Chico  brinca de barco,                                                     
porque a chácara vira charco.

Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
e fica de mão inchada.

Por isso, com o Chico Bolacha, 
  o que se procura
 nunca se acha.

Dizem que a chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorrinho coxo
que se chama Caxambu.

Outras coisas, ninguém procure,
porque não acha.
Coitado do Chico Bolacha!




            E para nos despedirmos desse projeto literalmente gostoso fizemos um bolo de cenoura. Nosso trabalho por uma alimentação saudável, contudo, não cessa e paulatinamente as nossas crianças vão descobrindo que ser saudável tem um gostinho bem especial!