terça-feira, 10 de abril de 2018

CHAPEUZINHO VERMELHO


De todas as histórias que ouvimos em algum momento da infância, poucas são tão conhecidas (e queridas) quanto “Chapeuzinho vermelho”.  Quando iniciamos as nossas “contações” do clássico, logo percebemos que muitas crianças já estavam totalmente familiarizadas com o seu enredo e algumas até cantavam a canção tão popular composta por Braguinha: “Pela estrada fora eu vou bem sozinha/ Levar esses doces para a vovozinha”...
            Seguimos, então, pela estrada do encantamento: fizemos dramatizações, circuitos psicomotores,  recontos, modelagens, pinturas, colagens, receitas... brincamos com a história de muitas maneiras possíveis. Não, não queríamos atalhos! Trilhamos longos caminhos indicados pelas crianças e aproveitamos cada descoberta, no tempo delas. Visando novas experiências, a ampliação de conhecimentos e do repertório cultural de cada um, também planejamos, propomos e mediamos ações  pedagógicas vinculadas à história. O resultado não poderia ser outro: todo um grupo, de gente pequena e grande, apaixonado pelo clássico e por tudo que desenvolvemos a partir dele.
            Um dos primeiros pontos que nos despertou interesse foi a cesta que a Chapeuzinho deveria levar para sua vovó, ilustrada em algumas versões com muitos detalhes. Assim, partimos para a confecção de nossas próprias cestinhas, recheadas com “doces” de argila. Tocar na argila representou um grande desafio para algumas crianças! Outras, por outro lado, a manuseavam com interesse e vontade, moldando “docinhos” de formas variadas. Procuramos explorar as suas características, como a cor, a textura, o cheiro... . Nossos pequenos cientistas perceberam também que a argila fica maleável quando misturamos com água e que endurece quando está seca. Sistematizamos o que as crianças descobriram a partir da experiência e no dia seguinte pintamos o que produzimos.




 



            O próximo passo foi literalmente delicioso: fazer biscoitos de fécula de batata para uma nova cesta da vovó. E preparar uma receita é uma ação pedagógica rica em objetivos de aprendizagem e desenvolvimento... Quantas coisas podemos aprender! Primeiro lembramos que antes de tocar/preparar alimentos precisamos reforçar os cuidados com a higiene, mantendo as mãos bem limpas. Separamos, em seguida, os ingredientes, observamos as suas embalagens e fizemos a leitura compartilhada da receita. Partimos para o preparo, observando medidas e contando a quantidade de colheres ou xícaras que deveríamos usar com cada item, colocando, enfim, a mão na massa. E como foi divertido!!! Depois escrevemos a receita em conjunto, experimentando esse gênero textual tão presente em nosso cotidiano, e enviamos a cesta de biscoitinhos para cada família.
 


Notando que algumas crianças apresentam certa resistência em provar determinados alimentos oferecidos em nosso cotidiano, propomos a preparação uma cesta mais saudável, repleta de frutas variadas, como as que estão presentes em nosso cardápio diário na creche. Primeiro fizemos um piquenique de degustação ao som da música “Pomar” do grupo musical “Palavra Cantada” e depois usamos moldes para pintarmos algumas de nossas frutas preferidas. Fizemos, por fim, uma cesta usando a técnica da papietagem e as crianças ficaram bem entusiasmadas ao usarem tanta cola e de uma maneira diferente.



  
 

            O fazer artístico permeou todo a nossa ação pedagógica! As crianças reutilizaram e pintaram rolinhos de papel higiênico, transformando-os em lobos e chapeuzinhos; criaram lobos a partir da pintura e da colagem em pratinhos descartáveis, fizeram desenhos com interferência, pintura da floresta usando moldes de árvores (cortadores de massinha), lobos de dobradura, entre tantas outras práticas. Procuramos sempre oferecer diferentes materiais, suportes e técnicas, ampliando as possibilidades de criação.
 
 

 

 

No dia do Brincar, montamos um grande circuito psicomotor, que representava o caminho da Chapeuzinho Vermelho para chegar até a casa da vovó. E desafios não faltaram! Tinha uma “cama de gato gigante”, túnel de tecido, pontes de cadeiras e escorregas, colchonetes, cordas, bambolês e bolas. Cada criança experimentou muitas possibilidades corporais, formas de deslocamento e combinações de movimentos.
 

 
 


 


 


 
E para concluir, nos divertimos com um teatro de fantoches, cineminha com pipoca e confecção de dedoches que foram enviados para casa.