“Na roda do mundo,
mãos dadas aos homens,
lá vai o menino
rodando e cantando
cantigas que façam
o mundo mais manso
cantigas que façam
a vida mais justa,
cantigas que façam
os homens mais crianças.”
(“Cantiga quase de roda”,
Thiago de Mello)
Na educação infantil, todos os anos, o contato inicial das crianças
com o espaço escolar é marcado pelo período de acolhimento. Nesse
período, as crianças e suas famílias são convidadas a conhecer o
espaço e a equipe pedagógica, participando de experiências lúdicas
e afetivas. Na C.M. Espaço Livre da Criança, o acolhimento é
planejado cuidadosamente: as experiências e interações, os
materiais oferecidos, a organização do espaço... tudo tem uma
finalidade pedagógica e o nosso objetivo primordial é conhecer e
acolher as crianças e suas famílias, iniciando a criação dos
vínculos que se fortalecerão ao longo do ano.
A
reunião de responsáveis marca o primeiro contato da maioria das
famílias com a nossa instituição. A equipe de direção apresenta
o nosso ambiente e esclarece questões relacionadas ao funcionamento
e à rotina da creche, além de indicar, junto com a equipe
pedagógica, pontos do nosso Projeto Político Pedagógico (PPP) e do
Planejamento Pedagógico Anual (PPA). É ainda nessa reunião que
explicamos para os responsáveis como será o período de
acolhimento, convidando-os a participar, ao longo da semana, de
algumas vivências junto com as crianças e a realizar as entrevistas
que nos ajudarão a conhecer os pequenos:
Os momentos iniciais de interação entre as crianças, famílias e
educadoras foram marcados por muitas trocas, conversas e risadas.
Apresentamos diferentes propostas ao longo dos primeiros dias, tais
como construir com os blocos de encaixe, fazer desenhos coletivos,
pintar e carimbar as mãos. Algumas crianças se surpreenderam com a
ideia de pintar a mão do responsável, achando curioso e engraçado
ver os adultos com as mãos pintadas. Além dessas experiências,
exploramos juntos os brinquedos da sala e do parquinho, uma vez que
eles também cumprem a função de mediar as relações
criança/criança, criança/educadoras.
E foi assim que começamos a nos conhecer: acolhendo! Com paciência
e empatia, acolhemos a criança, a sua singularidade, a sua história
e a sua família. Acolhemos também os medos, os choros, as
saudades... porque tudo isso é natural e faz parte da descoberta do
novo e dos processos de crescimento e desenvolvimento. Podemos dizer
ainda, parafraseando o poeta Thiago de Mello, que nós também fomos
acolhidas pelas crianças, que sempre se mostram disponíveis para
segurar as nossas mãos enquanto resgatam a nossa infância e a nossa
necessidade de acolhimento!
ACOLHA!