sexta-feira, 25 de novembro de 2011

PROJETO AFRICANIDADES

Livre é o espaço onde a cultura está inserida no cotidiano da criança... 
Assim a CM Espaço Livre da Criança apresenta o projeto “Africanidades”.



“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele,
por sua origem ou ainda por sua religião.
Para odiar as pessoas precisam aprender; e,
Se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”
Nelson Mandela


Nosso projeto... AFRICANIDADES... tem como proposta apresentar, de forma lúdica, o continente africano às crianças, seus aspectos naturais, bem como suas diferenças étnicas e culturais. 

  É com o outro, pelos gestos, pelas palavras, pelos toques e olhares que a criança construirá  sua  identidade e será capaz de reapresentar o mundo atribuindo significados a tudo que a cerca. Seus conceitos e valores sobre a vida, o belo, o bom, o mal, o feio, entre outras coisas começam a se constituir neste período.

Sendo assim, ao pensarmos nas Africanidades Brasileiras, não tem cabimento a musicalização de crianças que não inclua os ritmos de origem africana. Sendo assim, proporcionamos as crianças ouvirem músicas e reconhecerem instrumentos típicos. Tais como: caixa de fósforos, chocalhos, pandeiro, agogô, berimbau e tantos outros.








 Pensando nisso, trouxemos ao espaço da creche a capoeira para apresentação, integrando ao projeto as diversas manifestações culturais já existentes na comunidade e referendando assim o seu valor cultural. 

  As lendas e as cantigas de origem africana, recontadas de geração em geração por meio da tradição oral, também  foram revividas em brincadeiras, em momentos de contação de histórias, na confecção dos livros das turmas, entre outros. Na literatura, buscamos trazer contos africanos (“Ynari, a menina das cinco tranças”, “A Ajdar, o dragão da Terra”, “A lenda do tambor africano”, “Como surgiu a galinha d’angola” e etc.) e textos de autores brasileiros (“O menino marrom”, “Tekinho o menino do samba”, “O menino Nito”, “Jambo”, “Uma manhã com os bichos da África” , "Obax" e etc) para que conheçam e valorizem a pluralidade e afinidade dos nossos povos.



                                            Ynari, a menina das cinco tranças                           
                                                                   Obax

Tarsila do Amaral – A negra, 1923. 


                                                                                                Releitura "A negra"

Nas artes plásticas, apresentamos obras de grandes pintores nas quais se destacam a pluralidade, a diversidade étnica dos brasileiros para que a criança, em contato com parte importante da produção artística de nosso país, amplie suas concepções estéticas, conheça obras de grande valor cultural, utilize técnicas diversas para realizar as releituras de uma ou mais obras e, primordialmente, valorize a diversidade expressa em nossos corpos, na cor da pele, na cor e nas formas de nossos olhos e cabelos, nas nossas maneiras, enfim, de ser e de estar no mundo.


MARCA AFRICANA


"A POESIA TOMA FORMA NA ESCOLA"

ANJO NEGRO
                                                                                



   "É reafirmando a constante presença da marca africana dos nossos ancestrais na literatura, na música, na criatividade, na forma de viver e de pensar, de andar, de falar e de rir, de rezar, de festejar sua vida que contribuiremos para que a criança negra possa construir uma identidade social positiva em relação a seu pertencimento a um grupo afrodescendente".


  POESIA 

 Chega!!
 A negritude dá seu grito de desabafo!                              
 As crianças negras querem anjos da guarda negros.
 O povo negro quer cultura negra!               
 Repudiamos sua divisão racial,
 Repudiamos sua aquarela racista.                        
 Queremos anjos negros!
 Faremos um “bem negro”.
 Somos povo N E G R O!!!
                      


 Shirley Pimentel de Souza  


                                                        










 

"A brincadeira é  uma das formas fundamentais de interação durante a infância, as crianças iniciam um complexo processo de aprendizagem, construção e de negociação de significados, de regras, de organização/recontextualização do espaço, de troca com o outro".

 

AFRICANIDADES - HISTÓRIA: BRUNA E A GALINHA D'ANGOLA


   “Africanidades”...

           
            “ – Com quem que eu vou brincar?
            Me sinto tão sozinha!
            – Não fique triste, menina.
            Siga a Conquém, que novas amigas você fará!”
   Esse era o canto de vovó Nanã, que conhecemos na história “Bruna e a galinha  d'angola”. Vovó Nanã morava em uma aldeia africana e depois que veio para o Brasil, passou a ensinar muitas coisas sobre a África para Bruna, sua netinha.


   Na história de Bruna, vovó Nanã perde um baú quando se muda da África para o Brasil. Na história da nossa turma de maternal II, as crianças encontraram, após a leitura da história, uma mala bem grande, mas não era de vovó Nanã... Era uma mala surpresa e dentro dela havia um enorme boneco! Dando asas a imaginação, os pequenos quiseram saber se aquele boneco de tecido preto também teria vindo da África, assim como Nanã...



                                 


   Algumas crianças logo resolveram nomear o nosso boneco como Kiriku, personagem de uma animação de contos africanos. Como outras crianças sugeriram nomes diferentes, fizemos uma votação e o nome que saiu vencedor foi "REIMUNDO"! Pintamos “um retrato” dele e agora o nosso Reimundo é companheiro quase inseparável de muitas crianças:



   Já em companhia do Reimundo, relembramos a história “Bruna e a galinha d'angola” e resolvemos conhecer um pouco mais sobre a África... A primeira coisa que fizemos foi procurar onde fica esse continente em nosso planeta:

 
Olhar o globo terrestre despertou a curiosidade dos pequenos, que logo estavam perguntando: “onde eu moro?”, “e você mora aqui também, tia?”, “esse é o planeta terra?”, “quem mora na África?”...





  Foram muitas as perguntas e aos poucos fomos descobrindo que o continente africano é bem grande e diversificado, assim como o nosso país, o Brasil:



                                                                     
             Para melhor conhecermos parte do continente africano, assistimos ao DVD “Kiriku e os animais selvagens” e nos encantamos com a diversidade de bichos e de cenários. Fizemos uma girafa de pescoço bem comprido e listamos outros animais da África que ainda podemos fazer, como o elefante, o rinoceronte e a galinha d'angola, também conhecida em alguns contos africanos como Conquém..













   Dos animais que escolhemos para confeccionar, a galinha d'angola, que conhecemos na história de Bruna, foi a que mais chamou a atenção das crianças. Então, após brincarmos com os bonecos de uma galinha d'angola e seus pintinhos, fizemos uma pintura coletiva para produzirmos a nossa própria Conquém:






    Gostamos muito quando vimos tudo ficar pronto, mas fizemos ainda outras galinhas d'angola, dessa vez usando argila, assim como a Bruna da história:





   Manusear a argila foi um desafio divertido! Construir, reconstruir, transformar...fazer arte com a argila oferecia inúmeras possibilidades. E depois que cada galinha d'angola ficou pronta, as pintamos e confeccionamos um lindo jardim onde deixamos as nossas Conquéns...



   Outro aspecto da história "Bruna e a galinha d'angola" que nos chamou a atenção foi o panô da vovó Nanã. Segundo o livro, os panôs são tecidos pintados que contam histórias de determinadas aldeias africanas, registrando lendas e acontecimentos passados. Os panôs ilustrados eram tão bonitos que as crianças se inspiraram nas imagens para pintarem seus próprios panôs:






   Descobrindo tantas coisas interessantes sobre a África, mergulhamos em uma de suas muitas influências na nossa cultura: a capoeira! Após ouvirmos a sua história, tocamos berimbau, ensaiamos alguns de seus movimentos, fizemos pinturas e colagens representando o tema e...




                                                                                
 



...chegamos ao momento tão esperado de jogar capoeira com alguns mestres nessa arte.